2 de mai. de 2008

A MELHOR INFÂNCIA DE NOSSAS VIDAS


“De fato, era a melhor infância da minha vida, de nossas vidas”. A trilha sonora para tais reflexões poderia ser o coração sufocado por lembranças tão lindas ou qualquer música daquelas que não passam, por mais que um créu ou outro venham a entupir a programação das rádios. Também ora, nunca se produziu tantas coisas boas como naquele tempo. Mas ao fundo algo como “Foi numa festa, gelo e cuba-libre E na vitrola whisky a go-go...” ambientou no hoje, dias lindos de uma primavera fascinante.

Era apenas uma festa como outra qualquer. As intituladas festas Ploc, apesar de Eduardo preferir os chicletes Ping-Pong e suas figurinhas transfix da Copa de 86. E quem diria que Eduardo iria lembrar de toda a sua infância. Era uma festa a caráter. Ora, de que ele iria fantasiado então? É lógico, de seu herói favorito: He-Man. Nos outros convidados percebia-se os sapatinhos Kichute, as calças Lee e as camisas ostentando explicitamente as marcas da época. De longe, Eduardo percebeu Mônica, sua 1ª paixão, vestida ao melhor estilo Viúva Porcina. Eduardo bem que se aproximou, mas Mônica estava acompanhada do seu arqui-inimigo Esqueleto.

Eduardo preferiu nem chegar e continuou sua viagem àqueles dias.

Além do Roupa Nova, podia-se ouvir também os Paralamas do Sucesso, Blitz e Barão Vermelho. Em um telão, podia-se ver imagens de Silvio Santos, desenhos animados, como os Thundercats, o fim de 21 anos de ditadura militar no Brasil e o anúncio do nosso novo presidente. Além disso, via-se imagens da queda do muro de Berlim, do Rock in Rio, dos filmes, Olimpíadas, Copa do Mundo...

É...esses eram os anos 80. “Como eu era feliz! Eram tempos bons, ingênuos e divertidos. Às vezes conturbados, confusos, mas nunca vazios”.

Ê tempo bom que vale à pena lembrar...mas estas são outras histórias de uma melhor infância que volta, afinal, “Lembrar você Um sonho a mais não faz mal”.

27 de abr. de 2008

Pensava Ela No Casamento, Eu No Futebol

Se as mulheres travam uma luta ferrenha com nós, homens, no mercado de trabalho, o mesmo não acontece no plano psicológico. Pelo menos, eu acredito, que não deveria acontecer. Pode parecer machismo ou até medo, mas acho que um pouco do do discurso 'bonecos são para meninos e bonecas são para meninas' deve ser mantido.

O assunto me veio quando, andando a esmo pela cidade de Niterói, me deparei com uma mulher que, juro, era umas 3 vezes maior que eu. Mas digo maior não de gordura, até porque isso não é difícil, mas de tamanho. Ela devia ser fisioculturista, algo assim. Fique tão chocado que tive que disfarçar minha cara de espanto quando percebi que no meio daquela massa de músculos haviam seios que, junto com o cabelo escorrido, denotavam que o ser era uma mulher.

Beleza, vocês podem dizer que cada um faz o que gosta, que se ela se sente bem assim, está tudo certo. Tudo bem, não vou convencê-los do contrário, mas só quero denotar que eu prefiro a fragilidade feminina do que essa Rambo mulher. Fique imaginando você lá na hora H com alguém assim, tão definida, e você, ao fazer carinho, não sente um braço pequeninho, frágil, com uma pele doce que convida ao amor. Você sente é um bíceps bitelo cultivado após anos e anos de malhação e sabe-se lá mais o que.

Eu concordo que as mulheres devem discutir de igual para igual, mas não vejo a necessidade de, com isso, negarem o título de sexo frágil. Até porque, isso está biologicamente em vocês, mulheres. Afinal, imaginem se fôssemos nós que engravidássemos e vossas crianças dependessem do nosso carinho de ogro para que elas crescessem... Não ia dar certo.

Até para cada sexo não perder um pouco da sua identidade, acredito que muitos padrões devem ser mantidos, mas não por preconceito. Por exemplo, o próprio título denota isso. Não quero dar uma de insensível ou grosso, mas é verdade. E confessem, quantas não foram as vezes que vocês já trocaram as suas namoradas pelo futebol ou pelo boteco com os amigos? E confessem vocês, mulheres, quantas vezes também não trocaram seus namorados para fazerem programas que só poderiam acontecer com suas amigas? Nessa questões estão, além do individualismo de cada um, a questão de que existem sim assuntos para homens e existem assuntos para mulheres.

Eu tenho medo é de chegarmos a um ponto em que essa guerra dos sexos se instale de tal forma que até a mulher dizer, daquele jeito que só vocês, sabem dizer, que ama o namorado ou marido, será um ponto de fraqueza. Eu prefiro deixar do jeito que está. Prefiro as mulheres que brigam comigo porque estou bêbado e não a que fica bêbada comigo; com a que não gosta de futebol, mas torce para o meu Mengão só para me deixar feliz; com a que insiste em ir a praia mesmo sabendo que eu detesto; com a que gosta de comédias românticas enquanto eu prefiro explosões. Afinal, eu prefiro a mulher que não seja tão homem quanto eu.

24 de abr. de 2008

Em construção

Peço desculpas a você, caro leitor.
A minha próxima, ou melhor, minhas próximas postagens estão em construção. Elas irão ao ar apenas na quinta-feira da semana que vem. O que posso adiantar é que será uma série de 5 postagens sobre um único tema.
Enquanto isso, aproveite o tempo para ler algumas antigas minhas ou do Bernardo, ou então, vai dormir.
Até mais!

21 de abr. de 2008

De Médico e Louco

Acredito que todos vocês tenham se lembrado do ditado 'de médico e louco, todo mundo tem um pouco' ao lerem o título desse texto. Eu sou um daqueles que concorda com esse e com vários outros ditados. Mas tem momentos que essa loucura pessoal alheia impressiona e vale mais uma frase recorrente em encontros nas mesas de bar com meu amigo e companheiro de blog Luis: 'Cara, tem nêgo muito doido nesse mundo!'.

As vezes a gente acredita que para todas as bizarrices e situações loucas existe um limite. Mas ontem, depois de assistir a uma reportagem no fantástico sobre um padre que queria bater o recorde de vôo com balões de festa, eu parei. Até o começo da reportagem tudo certo, mas eu fiquei impressionado com a seqüência: o padre voou e sumiu, está perdido. Dizem que talvez esteja no mar. Esse é a prova maior de outra frase famosa que nem sei se pode ser considerado um ditado: 'Quer aparecer pendura uma melancia no pescoço.'. Em tempos de mulher melancia essa idéia até que não cai tão mal. Mas enfim, isso não vem ao caso.

O caso é: qual o limite entre a loucura e a idiotice? Pego o padre voador como exemplo. O cara me resolve voar atrelado a 500 balões de festa para promover as ações Pastoral Rodoviária do Paraná. Cara, porque ele quis voar? Não seria muito mais interessante ele percorrer os não-sei-quantos quilômetros do litoral brasileiro numa bicicleta, já que ele faz missas nas estradas? Depois dessa pergunta me veio outra, como será a comunhão nas suas missas? Quero ver ele sair molhando pão no vinho e dar para os caminhoneiros. Os caras já vão estar travados dos remédios que tomaram para não dormir e ainda vão tomar um vinhozinho pra ficar no brilho! Combinação tensa...

No último tópico eu falei que quase morri quando caí do teto de um carro direto com o queixo no asfalto. A história foi: sai da festa de formatura do um amigo e todo mundo entrou no carro. Eu, já mais 'alegre', vendo que não havia espaço no carro resolvi, genialmente, pensar: 'Porra, vou agarrado no teto! Se todo mundo faz isso nos filmes, por que eu não posso?'. Para quê... Na primeira freada já trepidei e na segunda fui direto ao chão. Na hora todo mundo falou que fui louco, maluco, essas coisas, mas, na verdade, fui idiota assim como o padre voador. Porra, porque não pensei um pouco e esperei outro carro?

Agora, o problema é quando neguinho morre nessas idiotices. O padre, que levava consigo um celular, já ligou para alguém avisando que não havia morrido, mas que precisava de instruções para o operar o GPS que possuía e dizer onde estava. Sorte dele. Agora, imagina se ele caísse no meio do mar e ficasse de companhia para os tubarões? Certo que ele viraria algum tipo de lenda local. Não intenção do ato que fez, mas sim pela quantidade incontável de inteligência presente no seu plano. Ou seja, ganharia a fama por sua idiotice!

Para mim, a diferença entre loucura e idiotice é o saber medir as conseqüências de atitudes como resolver bater o recorde de vôo com balões de festa! Mas, ainda assim, sou teólogo de que todos nós somos além de médicos e loucos um pouco idiotas.

PS1.: Piada tosca feita após a exibição da reportagem no fantástico: 'É esse padre aí foi, literalmente, para o Reino dos Céus.'

PS2: Feliz dia de São Jorge, nosso santo guerreiro, nessa quarta-feira para todos os adeptos do rapaz.

18 de abr. de 2008

Sem palavras.



Nesta terça-feira, dia 15/04/08, o Brasil ficou sabendo que Romário anunciou sua aposentadoria. É lógico que ainda pode-se esperar algumas partidas de despedida do baixinho, porém, pelo menos profissionalmente, ele não joga mais.

Não sei se meu sentimento em relação a este episódio é de tristeza. É evidente que fiquei um pouco triste. No entanto, minha felicidade é muito maior. Algumas vezes vejo meu avô ou meu pai falando dos grandes craques do passado que eles viram jogar, como: Garrincha, Zico, Adílio, entre outros.

Depois de Romário, eu passo a me igualar a eles.

"Romário? Foi o maior jogador que eu já vi jogar! Para mim, foi um GÊNIO!"

OBS: Quem viu, viu. Quem não viu, não tem Wikipédia ou youtube que mostre o que ele fez pelo futebol.

15 de abr. de 2008

Eu e o Mosquito

Já estamos longe o tempo em que a criançada ouvia o nome dengue e pensava no colorido mosquito que animava o palco do já extinto Xou da Xuxa. Hoje, a dengue, principalmente no Rio de Janeiro, é a prova maior do quão atrasado estamos em relação a questões como saneamento básico e saúde pública. Mas não vou fazer um discurso politiqueiro, vou relatar minha história com o mosquito.

Desde o começo dessa epidemia pela cidade, que eu já venho carregando no bolso o meu pessimismo. Sempre acho que alguém que conheço vai pegar dengue ou, na pior das hipóteses, eu pegarei. Isso foi reforçado pelo fato de um amigo já ter contraído a doença antes mesmo desse surto no mês de março e abril. Foi antes do carnaval até e, só para constar, ele está vivo! Ah, e teve uma amiga de faculdade que pegou, mas sobreviveu também. Enfim, vamos ao meu caso.

O inferno térmico que só existe em Niterói estava mais do que presente na tarde de quinta-feira última. Por não ter nada o que fazer, resolvi jogar um play2 de leve, só pra relaxar. Na sala, onde fica o video-game, o ventilador estava quebrado, então tive que ficar sem camisa para tentar amenizar o suadeiro. Talvez, esse ato virá a ser um erro fatal.

Enquanto fazia as curvas certinhas no Need For Speed, senti alguma coisa no lado esquerdo da barriga, um pouco acima do osso da bacia. Esperei chegar até uma reta no jogo para ver o que era e quando virei a cabeça estava lá o maldito. Era pequeno, mas maior dos que os mosquitos que vejo e eu juro que ele tinha perninhas brancas! No desespero instintivo dei-lhe um tapa, mas o demônio fugiu e sumiu. Daí veio o desespero.

Nunca imaginei que meu segundo cara-a-cara com a morte seria através medidas tão desproporcionais - o primeiro foi uma queda do teto de um carro de queixo no asfalto, assunto para outro post. Não me lembrava da cara da morte ser menor que uma unha e ter um par de assas. Em todas essas filosofias que fiz e refiz em uns 5 minutos, cheguei a conclusão: a diferença do Rio para a África é que aqui temos mais prédios. Lá morre-se por malária, aqui por dengue.

Durante esses 5 minutos de angústia eu já estava trancado no quarto vestindo uma camisa de manga comprida e uma calça. Depois de devidamente protegido, sai do quarto como se houvesse na sala um assassino a espreita. Me senti idiota, porque sempre acho idiota os caras que nos filmes de terror saem de onde estão escondidos para fazer sei lá o quê; e lá estava eu saindo para fazer sei lá o quê. Depois de verificar cada canto da sala, desisti. Meu serial killer já havia fugido.

De volta ao quarto, resolvi levantar um boletim médico e descobri que a manifestação da doença demora entre 2 e 15 dias nos homens. Bem, hoje é terça-feira e já se foram mais de 4 dias - incluindo um de bebedeira - e nada. A verdade é: eu ainda estou aflito! Afinal, durante esses 19 anos de poder imaginar o que quiser, nunca imaginei que poderia estar com dengue um dia e partir dessa para melhor. E do nada isso pode ser tornar realidade! Mas, acreditem, até me divirto com essa história.

Bem, muitos de vocês vão concordar com minha namorada quando diz que eu exagero nas coisas. Para vocês que concordam com ela, vou dar razões para concordarem mais ainda. Primeiro, não sei se era mesmo o Aedes aegypti, o pequeno assassino, que me picou. Segundo, acho que ele não me picou porque, depois, não coçou onde ele estava. Terceiro, li que demora alguns dias para o mosquito ser capaz de realmente transmitir a doença. Mas, ainda assim é tensa a situação. Então, se daqui a alguns dias vocês não me virem por aqui, procurem em algum jornal, ou revista, ou, na pior das hipóteses, obituário. É certo que me encontrarão.

Tocado o meu terror e me divertindo por vocês terem acreditado, despeço-me! Au revoir!

PS.: Hoje vi outro Aedes nas costas de um cara lá na xerox da faculdade. O que fiz? Corri para casa, claro!

13 de abr. de 2008

Momentos de reflexão I

O Bicho - Manuel Bandeira

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.


Como vocês podem perceber o título e o poema são auto-explicativos. Parem um pouco para pensar.

Mas aí você, leitor seletivo demais com o que lê, sem pensar, já irá dizer: “Ih... mas um querendo me conscientizar. Gente chata!”

A questão aqui não é essa. Quero que você leia o meu texto e pelo menos tenha a mesma curiosidade que eu tenho em relação a esse assunto. Agora, se você se conscientizará ou não sobre isso, o tempo dirá.

Pois bem, eis o assunto: moradores de rua.

Você, leitor assíduo do nosso blog poderá até perguntar: “Ueh? Como ele falou sobre capitalismo em um dos posts e agora está falando sobre moradores de rua?” Parece contraditório. Mas não é, pois no post que eu falei sobre o capitalismo, argumentei sobre sua eficiência em quanto sistema econômico na sociedade. Não falei de bem - estar social ou algo do tipo. O capitalismo, assim como qualquer outro sistema econômico cria seus “monstros”. Mas isso não é assunto para este post.

O que me deixa mais intrigado sobre este assunto de moradores de rua é que me dá uma vontade de saber as histórias dessas pessoas. Quem nunca se deparou com um lhe pedindo dinheiro? Ou simplesmente na sua frente, catando lixo, dormindo, andando...

É só chegar perto de sua casa, na esquina mais próxima que certamente você irá se deparar com um: ”Ai tio me dá uma ajuda aí!”; “Moço, moço tem um trocadinho...?”

Às vezes não falam nada. Simplesmente observam.

O assunto encontra-se mais perto da gente do que pensamos.

Ficou mais próximo de mim ainda quando, certa vez, alguém virou pra mim e disse: “Ta vendo aquele homem ali?”. O homem catava alguns papelões pela rua. Eu disse: “O que tem?”. “Dizem que ele era muito rico e perdeu tudo.” E essa não foi a única vez que escutei isso.


Hoje, fico muito intrigado. Acho que todo mundo tem uma história, um brilho, algo a acrescentar. Toda vez que ando pelas ruas e me deparo com uma cena em que o protagonista não deveria ser um ser – humano, fico pensando: Qual deve ser a história dessa pessoa? Será que estou mais perto do que eu pensava de um milionário? Será que era rico? Tinha pai? Mãe? Tem irmãos? Estudou? Viu jogos do seu time? Brincou? Tem sonhos?

Pelo menos almoçou hoje........??? Almoçará amanhã....??


Parece história de mãe quando quer dar aquela velha lição de moral: “Tem gente que nem tem o que comer.” Isso é hoje para mim uma história, no mínimo, intrigante.

Percebo com muito mais maturidade que tem gente que realmente não tem o que comer, muito menos, se alimentar... de sonhos, esperanças... Apenas sobrevivem no dia-a-dia (enquanto podem).

As palavras de Manuel Bandeira nunca fizeram tanto sentido...